Para maior produtividade: use um mouse sem fronteiras

Na era da informação, o uso da máquina – entenda-se computador – é indispensável no exercício de qualquer atividade profissional ou de estudo. Nesse contexto, a busca por maior produtividade passa por certo “conforto” no uso das ferramentas disponíveis – continuo me referindo ao uso do computador. E é nessa perspectiva que a genialidade dos analistas e desenvolvedores de aplicativos vem nos socorrer.

Já faz algum tempo – na verdade, faz tempo pra caramba – que os monitores dos computadores deixaram de ter aquele formato um tanto quadrado (com relação de 4:3) e passaram a ter uma melhor proporção largura x altura (com 16:9 de aspecto) que nos possibilita a divisão da tela – com relativo conforto – por dois aplicativos simultâneos.

Com um monitor assim, podemos usar o Microsoft Word ocupando metade da tela para digitarmos um documento qualquer, enquanto na outra metade podemos usar o navegador Microsoft Edge para realizar nossas pesquisas na Internet, por exemplo.

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Figura 1 – Aspecto de um monitor de computador com dois aplicativos de produtividade compartilhando uma tela de aspecto 16:9.

Ainda assim nada substitui o conforto do uso de dois – ou mais – monitores num computador.

Sou analista e desenvolver de sistemas e no meu dia a dia no trabalho utilizo dois computadores, cada um com dois monitores. Ou seja, tenho quatro monitores ao meu redor. Isso não é exagero, mas antes um recurso fundamental para minha produtividade! Para desempenhar minhas atividades diárias seria contra-produtivo trabalhar utilizando apenas um único monitor.

Tá, tudo bem, mas em casa? Em casa eu tenho apenas um PC, com apenas um monitor, além de meu notebook. E é aqui onde a coisa pode ficar interessante!

Justamente por causa desse tipo de situação, o pessoal do projeto Microsoft Garage desenvolveu um aplicativo chamado Mouse without Borders  que permite o controle e compartilhamento de recursos entre dois computadores – tipicamente um PC com um notebook –, a partir de um dos equipamentos, utilizando-se de uma mesma infraestrutura de rede local (como a rede Wi-Fi que temos no trabalho e em casa).

Como posso fazer isso? Bem, a ideia é simples: colocar o notebook ao lado do monitor do PC e usar o aplicativo Mouse without Borders em ambos os dispositivos para permitir o controle dos mesmos a partir de um único teclado e mouse.

Que ideia incrível, não é mesmo? Com isso, além de passar a ter dois monitores, lado a lado, podemos usar do poder de processamento e memória dos dois dispositivos para tarefas distintas.

  • Microsoft Garage é um projeto dos laboratórios da Microsoft que permite que seus funcionários trabalhem em pesquisas que muitas vezes não têm nenhuma relação com a sua principal função dentro da empresa. Nesse projeto, os desenvolvedores podem usar de sua criatividade para criar soluções que possam lhes trazer maior produtividade e conforto no dia a dia. Isso é que é empresa! Thumbs up

Veja o meu caso em particular, usando o exemplo no início deste post:

Posso manter o editor de textos Microsoft Word em tela cheia no meu PC – que possui um monitor maior e mais confortável para leitura e digitação – enquanto utilizo o navegador Microsoft Edge no meu notebook, para fazer as pesquisas na Internet. Isso tudo sendo controlado a partir do teclado e mouse do meu PC, que são bem mais confortáveis que o teclado e touchpad  do notebook. Posso fazer isso sem sequer precisar tocar no notebook, bastando arrastar o ponteiro do mouse para além da fronteira da tela do PC, de acordo com o lado ao qual esteja posicionado o notebook.

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Figura 2 – Aspecto de meu home office, onde utilizo meu notebook como monitor secundário para minhas atividades no PC através do aplicativo Mouse without Borders, controlando tanto o PC como o notebook com um único teclado e mouse, proporcionando maior produtividade.

Em meu home office utilizo o notebook à esquerda do monitor do meu PC, então para acessar o conteúdo do notebook eu simplesmente arrasto o ponteiro do mouse para além da lateral esquerda do monitor de meu PC e instantaneamente – como num passe de mágica – o ponteiro do mouse aparece no monitor do notebook.

A partir desse instante, o teclado e o mouse – conectados ao meu PC – passa a controlar o notebook. O procedimento inverso também é válido, ou seja, quando forço o ponteiro do mouse além da lateral direita da tela do notebook, o teclado e o mouse passa a ser novamente do PC.

Então, isso seria útil às suas atividades? Se sim, baixe o aplicativo gratuitamente no link oficial do projeto Microsoft Garage e passe a ter “dois monitores” no seu ambiente de trabalho ou em casa usando os dispositivos que já possui, sem qualquer custo adicional. Winking smile

Link para download do aplicativo gratuito Mouse without Borders:
https://www.microsoft.com/en-us/download/details.aspx?id=35460

Se quiser relatar algo a respeito de como você usa seu PC e seu notebook ou o que você faz para aumentar sua produtividade, fique à vontade em usar os comentários deste post.

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Snowden ataca novamente: e desta vez o alvo é a Google

O sucesso do aplicativo de mensagens – que na verdade não é só de mensagens – WhatsApp acendeu o sinal de alerta na Google, que acaba de apresentar um concorrente aos produtos do Facebook (WhatsApp e Facebook Messenger) e também Telegram, demonstrando que a gigante também vacila e às vezes tem que correr atrás de outros produtos de sucesso – isso quando não consegue comprá-los. Pois bem, esse novo produto chama-se Allo, anunciado durante o evento Google I/O 2016.

Aplicativo de mensagens
Figura 1. Mensageiros digitais estão entre os aplicativos para smartphones mais utilizados na atualidade.

Usando sua velha tática de marketing, a Google apresenta um produto com “grandes diferenciais” no aspecto de inteligência artificial, com a justificativa de que o aplicativo “aprenderá mais com o uso e o passar do tempo”, e na análise de dados, para “conhecer melhor” seus usuários e oferecer sempre bons produtos e serviços. A Google gosta tanto de “inventar” pra se mostrar diferente, que até mesmo criou a expressão Expressions no aplicativo, uma espécie de solução própria para os conhecidos Emoticons e Stickers.

E o que o Snowden – o homem que revelou o escândalo global de espionagem e monitoramento mantido pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) – tem a ver com isso?

É que o Snowden se autotransformou numa espécie de “protetor” e “defensor” dos frágeis usuários da Internet – quais serão os seus reais interesses, hein? – contra a invasão de suas privacidades, chegando ao ponto de publicar na sua conta oficial no Twitter a recomendação para que as pessoas não utilizem o novo aplicativo da Google, conforme imagem a seguir.

Post do Snowden no Twitter
Figura 2. Mensagem do Edward Snowden na sua conta do Twitter alertando contra o uso do novo aplicativo de mensagens digitais da Google devido a falta de segurança.

Como assim?!?!?

O principal motivo da recomendação do Snowden para não se usar o aplicativo é a ausência de criptografia ponta a ponta por padrão no serviço de mensagens da Google, tornando-o altamente perigoso e inseguro, devendo ser evitado. Pelo menos por enquanto.

Mas não é só o Snowden que defende que os usuários não utilizem o novo produto da Google. Especialistas em segurança alertam para o fato de as conversas e imagens trocadas pelo aplicativo serem “cuidadosamente” analisadas nos servidores da Google, com o objetivo de cada vez mais “aprender” sobre os hábitos dos usuários e, com isso, ofertar melhores produtos e serviços. Serão só estas as razões?

Na verdade, não é que o novo produto da Google não possua criptografia. Ele a possui tal qual o produto do Facebook, que utiliza o sistema Signal, da Open Whispers Systems, para proteger as conversas.

A questão alertada por Snowden e especialistas é que o aplicativo do Facebook usa criptografia de ponta a ponta em todas as comunicações, enquanto que no produto da Google o usuário deverá abrir uma janela de bate papo em modo específico, toda vez que desejar que a conversa seja criptografada. Ou seja, não é padrão no aplicativo, tornando-se mais trabalhoso para o usuário implementar no dia a dia, o que não deverá ser utilizado por muitos dos usuários, principalmente aqueles menos avisados.

A Google, como sempre, justifica o uso de dados sobre seus usuários – com a restrição da segurança e privacidade dos mesmos – com a necessidade de seus robôs lerem e interpretarem as mensagens trocadas entre os usuários para desempenhar suas funções “inteligentes”, uma vez que – com a criptografia – não seria possível realizar tal análise de conteúdo, fazendo com que o aplicativo não se tornasse interessante por não favorecer  qualquer retorno financeiro à Google, considerada a empresa mais valiosa do mundo pelo 6º ano, segundo a Forbes.

 

Na minha opinião…

Não devemos nos deixar enganar. Nem a Google e nem o Facebook são “anjinhos” que só pensam no bem estar de seus usuários. Ambas são gigantes empresariais da área de tecnologia nascidas na era da Internet, oferecendo produtos e soluções “gratuitas” aos seus usuários por um lado, mas que necessitam do retorno financeiro a partir desses produtos por outro lado. E de onde essas gigantes arrecadam esses recursos? Ora, da “venda” dos perfis de seus usuários aos seus clientes comerciais, do outro lado da nuvem. É por isso que, cada vez mais, elas precisam “conhecer melhor” seus usuários e seus hábitos. E fazem isso com maestria através de seus mais diversos algoritmos de inteligência artificial aplicado às suas soluções, sendo os aplicativos mensageiros a bola da vez.

Cabem aos usuários conhecimento, informação a respeito dos produtos e serviços utilizados e prudência quando da exposição de suas informações pessoais na grande nuvem que é a Internet.

Nem a Google, nem o Facebook – e demais empresas de tecnologia, como a Microsoft, a Apple, AOL, Yahoo, etc. – são bichos papões e nem devem ser encaradas como verdadeiros diabos do mundo digital, afinal de contas tudo é negócio: oferecem produtos gratuitos – que agradam os usuários – mas que deverão gerar recursos financeiros. Se você não paga pelo serviço de forma direta e consciente, vai pagar de forma indireta – e para muitos, também de forma inconsciente – não se iluda!

O importante não é radicalizar e parar de usar essas soluções por receio de violação de privacidade, mas sim usa-las com propósito e prudência, sabendo das vantagens e consequências, pois como qualquer negócio em que nos metemos, temos que analisar relação custo x benefício. Esta é a regra básica para viver de maneira consciente no mundo virtual.

Como parte do boicote da Google, seus produtos oficiais não são ofertados para a plataforma Windows Phone da Microsoft, o que pode frustrar alguns usuários de smartphones com o sistema Windows que desejarem utilizar o novo aplicativo.  Pra mim, no entanto, não faz qualquer diferença, uma vez que não sou usuário dos produtos de software da Google, não afetando em nada a minha vida pessoal e nem profissional.