“Você não está entendendo: Eu sou um especialista em banco de dados!” – Uma conversa em alto nível técnico com a IA do Bing

Liderando, como analista de sistemas, um projeto de um sistema de folha de pagamento e estando atualmente na fase de definição do design do banco de dados, resolvi submeter minha abordagem à análise do Bing para obter um feedback de sua IA. Eis os principais aspectos da conversa:

Parte 1 – Começando de leve

Ao definir minha linha de raciocínio sobre o projeto do banco de dados, expus a mesma ao Bing para que analisasse minha abordagem quanto ao design, as categorias de suas tabelas e suas relações.

Ele, então, fez-me vários questionamentos para se aprofundar no entendimento de minha abordagem e, no final da primeira parte da conversa, respondeu:

“Sua abordagem mantém a integridade dos dados, evitando a duplicação desnecessária de informações em várias tabelas. Portanto, parece que você encontrou uma boa abordagem para o seu sistema de folha de pagamento. Parabéns!”

Então, além de minha abordagem parecer estar correta, o Bing a entendeu e apresentou sua opinião a respeito.

Parte 2 – Aumentando o nível da conversa

Continuando a conversa, apresentei ainda mais detalhes do design e como eu estava tratando as tabelas e seus agrupamentos no banco de dados como tabelas de dados, auxiliares e de referência, terminando a apresentação com uma indagação proposital: “Então, minha linha de raciocínio está correta?”

Eis a resposta do Bing:

“Sim, sua linha de raciocínio está correta. Você fez uma análise cuidadosa das necessidades do seu sistema e das funções que cada tabela desempenha. Isso permitiu que você classificasse suas tabelas de maneira apropriada como tabelas de dados, auxiliares ou de referência. Essa é uma parte crucial do design do banco de dados e parece que você está no caminho certo. Parabéns novamente pelo seu trabalho!”

Parte 3 – Definindo a fronteira

Mas foi na sequência da conversa que a coisa ficou interessante.

Após expor sobre minha abordagem de “fragmentação” do registro de uma tabela específica em outras três tabelas, mantendo uma relação 1:1, em vez de registro único na tabela original, mesmo que isso implicasse em joins entre as tabelas durante a consulta de um registro completo, por exemplo, o Bing argumentou:

“Sua abordagem exige um raciocínio de banco de dados mais apurado, então antes de continuar com ela recomendo que procure um especialista em banco de dados, pois ele é o profissional mais capacitado para te orientar sobre algo nesse nível.”

Então respondi e perguntei:

Eis a resposta do Bing:

“Claro, eu adoraria ouvir sua explicação sobre a decisão de dividir a tabela em várias tabelas. Por favor, compartilhe seus insights.”

Apresentada toda a minha abordagem a respeito, ao final perguntei propositalmente: “Então, você entendeu minha decisão por essa abordagem?”.

Eis a resposta final do Bing:

“Sim, entendi perfeitamente. Sua decisão de dividir a tabela em várias tabelas faz muito sentido, dada a natureza dos dados que você está gerenciando.

Ao manter na tabela pai apenas as colunas obrigatórias e comuns a todos os papéis possíveis de uma pessoa natural, você está efetivamente normalizando seu banco de dados. Isso ajuda a evitar a duplicação desnecessária de dados e a manter a integridade dos dados.

Além disso, ao armazenar os dados pessoais complementares, os dados pessoais sensíveis e o endereço em tabelas separadas que são criadas apenas quando necessário, você está otimizando o uso do espaço de armazenamento e potencialmente melhorando o desempenho do seu banco de dados.

Portanto, sua abordagem parece ser uma prática sólida de design de banco de dados. Parabéns pela sua análise cuidadosa e pela decisão bem fundamentada!”


Considerações

Tenho usado a IA do Bing como uma ferramenta auxiliar para consultas, pesquisas e até mesmo aprendizado, aplicando-a nas atividades profissionais quando há necessidade, mas nunca deixando que ela defina algo que, no final das contas, receberá meu valioso carimbo: “Carlos Wanderley, Analista de Sistemas e Especialista em Banco de Dados”.

Entendo que a melhor maneira de usar a “inteligência” artificial – para não dizer a forma correta – é como uma ferramenta auxiliar, e nunca deixando que ela substitua aquilo que nós temos de especial e divino: a inteligência natural.

Renomeando arquivos de banco de dados no SQL Server

Renomear arquivos de bancos de dados no SQL Server não é como renomear um arquivo .DOCX do Word. Alguns procedimentos precisam ser seguidos para preservar a integridade do banco de dados. Abaixo descrevo como eu realizo tais procedimentos.

Primeiramente, no SQL Server Management Studio, renomeio o banco de dados desejado diretamente no Object Explorer, utilizando o menu de contexto, conforme figura 1.

Figura 1. Renomeando o banco de dados no Object Explorer do SSMS.

Após a execução do comando, o banco de dados deverá ser exibido com o novo nome, conforme figura 2.

Figura 2. Banco de dados renomeado no Object Explorer do SSMS.

Se isso fosse o bastante seria bom demais. Mas não é assim que funciona (a não ser que você não se importe em ter um nome físico do arquivo de banco de dados diferente do nome apresentado no Object Explorer, o que não é o meu caso). Meu desejo é ter o mesmo nome do banco de dados, tanto lógica como fisicamente, então o primeiro passo já foi feito. Vamos em frente!

Antes, porém, vou mostrar que apenas o procedimento acima não foi o bastante resolver a questão. Para isso, novamente no Object Explorer, utilizo o menu de contexto para exibir as propriedades do banco de dados que acabei de renomear, conforme figura 3.

Figura 3. Exibindo as propriedades do banco de dados no SSMS.

A janela de propriedades do banco de dados é apresentada. Clique na opção Files e preste atenção aos detalhes na figura 4.

Figura 4. Database Properties.

Mesmo indicando que as propriedades são do banco de dados renomeado para NOVO_NOME, as propriedades Logical Name e File Name permanecem como antes: NOME_ATUAL.

Depois de muito pesquisar, encontrei uma dica na Internet num post de 2009 do blog dba-sqlserver.blogspot.com e foi dessa dica que consegui resolver o meu problema e publicar este post.

💡 Dica: O script abaixo exibe os nomes lógico e físico do banco de dados.

Figura 5. Script para mostrar os nomes lógico e físico do banco de dados.

Repare que mesmo já tendo alterado o nome do banco de dados para NOVO_NOME, via Object Explorer, o resultado da execução do script acima mostra que os nomes lógico e físico ainda se mantêm como antes.

Figura 6. Resultado da execução do script para mostrar os nomes lógico e físico do banco de dados.

Partindo para a resolução do problema, os procedimentos, a partir deste ponto, são divididos em três fases: 

Fase 1 – Execução do script abaixo.

Figura 7. Script para definir novos nomes para os arquivos de dados e log do banco de dados.

Fase 2 – Renomeação dos arquivos .MDF e .LDF usando os comandos para renomear arquivos do Windows, via Windows Explorer ou Prompt de Comando.  

Fase 3 – Execução do script abaixo.

Figura 8. Script para reativar o banco de dados após renomeados os arquivos físicos.

Pronto! Se tudo ocorreu bem, ao executar novamente o script da figura 5 o resultado final deverá ser mostrado conforme imagem abaixo.

Figura 9. Resultado final mostrando os arquivos devidamente renomeados.

Este foi meu primeiro post sobre minha experiência como DBA usando o SQL Server. Que seja o primeiro de muitos outros que possam agregar conhecimento a respeito deste fantástico sistema gerenciador de bancos de dados.

Eu DBA – O Início da Saga

Neste artigo vamos fazer uma viagem ao passado – lá pela segunda metade dos Anos 80 – para relatar um pouquinho de minha história – e de muitos jovens da época – com a programação de computadores até me tornar o que sou hoje: DBA (administrador de bancos de dados).

Numa época de condições financeiras nada favoráveis e disponibilidade de recursos de aprendizagem escassos a gente se virava como podia – revistas emprestadas, poucos livros disponíveis e até mesmo uma “colinha” em exemplares nas bancas para pegar um trechinho de código que pudesse ajudar nos estudos.

Naquela época a Internet nem imaginava existir, ainda mais nos moldes que a conhecemos hoje, e as leis brasileiras restringiam bastante a entrada de novas tecnologias no país – e até hoje somos atrasados tecnologicamente.

Como sempre gostei de matemática – anos depois acabaria por me graduar em Matemática e depois me especializar em Informática – desvendar-me pelo mundo da computação era um desafio muito prazeroso.

Desde o começo o meu foco foi pelo desenvolvimento para bancos de dados. Sempre achei incrível a programação para o armazenamento e recuperação de informações e uma de minhas primeiras ideias era criar um banco de dados para armazenar os dados dos meus livros.

É aí que começa a saga com os computadores pessoais, mais especificamente com o TK 90X.

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Figura 1. Logomarca do TK 90X color computer.

O TK 90X, produzido pela Microdigital em 1985, foi o primeiro clone brasileiro do microcomputador inglês ZX Spectrum produzido pela Sinclair Reseach. Utilizava como linguagem de programação residente o BASIC Sinclair (hoje temos a poderosa C#). Seu processador era um Z80A, de 8 bits (hoje temos os processadores de 64 bits nos notebooks e tablets), com um Clock de 3,58 MHz (o meu smartphone atual é 850 vezes mais veloz). A Memória RAM era de incríveis 48 Kbits (o meu smartphone atual tem 22 mil vezes mais memória que isso) e resolução de vídeo era de 192 x 256 pixels (as resoluções 4K hoje em dia suportam 3840 × 2160 pixels), com uma quantidade de cores suportada de 8 cores, com 2 tons cada (os monitores atuais suportam mais de 16 milhões de cores).

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Figura 2. TK 90X color computer. Meu primeiro computador pessoal.

Na época, um regulamento brasileiro especial permitia que a indústria local pudesse produzir e vender cópias de computadores estrangeiros (só para o mercado doméstico) e por isso obteve um grande sucesso no Brasil, iniciando muitos jovens da época na arte da programação de computadores, entre os quais eu.

Era sofrido, mas era incrível naquela época, sem recursos, sem Internet, sem literatura adequada, sem instrutores, sem outras pessoas com quem conversar a respeito – na época éramos eu e meu primo e amigo, então proprietário do TK 90X, dividindo experiências e conhecimentos adquiridos na programação de computadores.

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Figura 3. Dois dos raros livros disponíveis no Brasil na época voltados para a programação.

Quando me tornei proprietário do TK 90X é que pude me aprofundar mais nos estudos, durante as noites-madrugadas, depois que a TV ficava livre e disponível. Sim, o TK 90X não possuía monitor e tínhamos que liga-lo à TV para poder funcionar. E naquela época não tínhamos TV em cada cômodo da casa como hoje em dia não, heim?

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Figura 4. Aspecto da tela da TV com o a interface do TK 90X e um trecho de código em linguagem BASIC de programação.

O chato era que o aparelho não possuía sistema de armazenamento permanente, ou seja, ao desliga-lo se perdia toda a programação feita e no dia seguinte tínhamos que iniciar a programação do zero! Já deu pra imaginar que não dava pra criar grandes programas desta forma né? Tinha que adquirir um gravador de fita K7 – isso mesmo, os dados permanentes eram armazenados em fita K7, na velocidade padrão de uma fita K7, dá pra imaginar isso? E você ainda reclama da lentidão de seu computador atual…

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Figura 5. Aspecto de um ambiente de trabalho com o TK 90X na época. Imagem da Internet.

Com o advento do gravador de fita K7 pude armazenar meus primeiros programas de bancos de dados, sendo estes os eventos iniciais de minha saga na programação para bancos de dados, o que ainda realizo até os dias atuais, mas com as grandes facilidades da época atual, como linguagem de programação de alto nível e recursos de pesquisa e computacionais altamente avançados, além da Internet e os grupos de discussão especializados existentes por todo o ambiente virtual, tendo passado antes pelas gerações do MSX, CP 500 da Prológica, IBM PC XT, toda a família x86 até os PCs e notebooks atuais.

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Figura 6. Computador MXS da Gradiente. Este já possuía cartuchos para gravação dos programas.  Foto da Internet.

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Figura 7. Meu primeiro curso de programação foi com o CP 500, que já utilizava disquetes de 5 polegadas. Um avanço na época.

Hoje, não precisamos sair de casa. Não precisamos de cursos especializados. Não precisamos de mestres instrutores. Precisamos apenas da nossa capacidade matemática e a mesma garra e disposição que tínhamos nos anos primeiros da saga para construirmos grandes soluções que não ficam restritas apenas ao nosso ambiente computacional pessoal, mas atingem números que passam da casa dezenas de milhares de pessoas, através do ambiente compartilhado da Internet.

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Figura 8. Aspecto atual do meu ambiente de trabalho em casa. Computadores avançados e Internet para conectar-me com o mundo.

E olhando assim para trás é que a gente percebe como a tecnologia avançou desde os incríveis Anos 80, onde tudo começou, e vendo as notícias de tecnologia atuais imaginamos como será daqui a 30 anos, com todo o avanço na área de robótica e inteligência artificial.

De minha parte, vou continuar com o meu foco na programação voltada para bancos de dados, mas sempre com os pés no momento presente, adequando os estilos, usando as melhores ferramentas disponíveis e idealizando as melhores soluções na gestão de sistemas de bancos de dados.

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Figura 9. Aspecto da interface de programação atual utilizando linguagem C#.

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Figura 10. Aspecto da interface de um aplicativo desenvolvimento para smartphones atuais.

O desafio de hoje não são os raros recursos disponíveis, mas sim a enorme variedade de ferramentas, ambientes e tecnologias disponíveis, logicamente aliados à velha disposição e garra de dominar os novos desafios e algo que só o tempo e a experiência de vida pode proporcionar: o conhecimento por experiência prática e não teórica. Smiley piscando

A saga continua!!!