Primeira etapa concluída, agora começa a 2ª etapa do projeto, a maior das três, com 10 fases no total.
Neste post mostrarei como está o projeto após a inserção do planeta Vênus e a engrenagem gravada que tem a função muito precisa de comprovar a posição dos planetas em um determinado momento, mas primeiro vamos saber mais um pouquinho sobre o nosso vizinho mais próximo.
Vênus – o planeta infernal
Apesar de receber o nome da deusa romana do amor e da beleza, Vênus é o mais próximo que se pode imaginar de um mundo infernal, devido a sua atmosfera tórrida, asfixiante e hostil a qualquer forma de vida, mantendo praticamente constante uma temperatura média na superfície de 465º C e uma atmosfera composta na sua maior parte por dióxido de carbono (CO2), que exerce uma pressão sobre a superfície 100 vezes maior que a da Terra, e ácido sulfúrico condensado que provoca chuvas ácidas de grande poder corrosivo. Ou seja, qualquer objeto que alcance a superfície do planeta logo será destruído, queimado e fundido. Tudo isso ao mesmo tempo!
Vênus situa-se a uma distância média de 108 milhões de quilômetros do Sol e, portanto, a cerca de 48 milhões de quilômetros da Terra em sua maior aproximação. Sua massa equivale a 0,82 Terras e sua gravidade corresponde a 0,9 da força gravitacional terrestre. Com um período de translação correspondente a 225 dias terrestres e com uma rotação a cada 243 dias terrestres, em Vênus 1 dia é mais longo que 1 ano! Estranho né? Estranho também é saber que Vênus gira em direção contrária em relação aos demais planetas (rotação). É realmente um planeta estranho.
Destaque no céu
Depois do Sol e da Lua, é o corpo celeste que mais se destaca no nosso céu nos finais de tarde/início de noite e ao amanhecer, sendo facilmente reconhecido, conforme podemos constatar na imagem a seguir, onde foi fotografado por mim em 04/08/2013, logo após o pôr do Sol.
Figura 1 – Vênus facilmente destacado no céu logo após o pôr do Sol.
O brilho intenso de Vênus, além da proximidade com a Terra, ocorre pelo fato do planeta ser encoberto por uma grossa camada de nuvens (veja figura 2) que refletem até 80% da luz do Sol que incide no planeta, sendo praticamente impossível visualizar sua superfície sem o uso de equipamentos especiais (veja figura 3).
Figura 2 – Vênus visto sem o uso de equipamentos especiais. A grossa camada de nuvens impede a visualização de sua superfície.
Figura 3 – Aspecto da superfície de Vênus revelado após um conjunto de imagens obtidas por RADAR pelas sondas Magalhães e Pioneer montadas sobre um modelo esférico simulado por computador.
O material da primeira fase da 2ª etapa
Após mais uma leitura prévia nos fascículos correspondentes e juntadas as ferramentas e peças necessárias é hora de continuar a montagem do planetário. Mãos à obra!
Figura 4 – Ferramentas e peças para mais uma fase de montagem do planetário.
A montagem dos novos planetas, a partir de Vênus, necessitará efetuar a remoção temporária do eixo central da base do planetário, o que exige cuidado com as peças já montadas anteriormente. O grau de dificuldade também aumenta, pois tudo tem que ficar perfeitamente encaixado para o correto funcionamento. Leva um tempinho, exige concentração, mas é muito legal poder fazer tudo isso. O cuidado maior é não perder nenhuma peça, pois não há reserva. Algumas peças medem apenas 3 mm.
Vênus fazendo companhia a Mercúrio no Planetário
Após a inserção de Vênus, Mercúrio ganha companhia e já podemos contemplar os “planetas interiores” (aqueles que ficam mais próximos do Sol em relação a Terra). Também já podemos rotacionar os planetas em torno do Sol e perceber a diferença de velocidade de translação entre Mercúrio e Vênus. É muito legal poder ver na prática a fração do caminho percorrido por Vênus em sua órbita durante 1 ano do planeta Mercúrio.
Figura 5 – Vênus inserido no Planetário, fazendo companhia a Mercúrio. A engrenagem maior, na posição mais inferior, é a base de cálculo da rotação de todos os planetas e se refere ao planeta Terra, ainda não inserido.
A engrenagem gravada
A engrenagem gravada permitirá conhecer o Sistema Solar em uma determinada data, pois a mesma possui várias indicações que fazem parte de um esquema radial (denominado roseta) composto por 180 linhas separadas por intervalos de 2º, permitindo calcular o ângulo aproximado a partir do qual se olha e determina a posição real, considerando-se três datas chaves importantes: 1ª) a posição dos planetas segundo a Estrela de Belém; 2ª) a posição dos planetas em 1º de janeiro de 2000 (novo milênio); e 3ª) a posição dos planetas com a data da resolução do IAU (24 de agosto de 2006).
Abaixo o aspecto geral do planetário já incluindo o Sol, Mercúrio e Vênus.
Figura 6 – Aspecto do planetário ao final da primeira fase da segunda etapa.
Mais uma fase concluída. Agora é aguardar o recebimento dos próximos fascículos com as peças que faltam para a conclusão da próxima fase: o planeta Terra e sua Lua. Não vejo a hora!