O “Grand Finale” da Cassini

Duas décadas no espaço. Este foi o tempo de vida da sonda Cassini, da NASA, que termina sua missão em 15 de setembro de 2017 com um mergulho suicida na densa atmosfera de Saturno até ser esmagada pela alta pressão atmosférica do segundo maior planeta do sistema solar.

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Figura 1. Sonda espacial Cassini, lançada há 20 anos e que há 13 anos explora o sistema de Saturno.

A Cassini cumpriu sua missão prioritária com sucesso e depois, aproveitando-se de seu vigor tecnológico, cumpriu mais uma missão secundária de sete anos com o objetivo de observar as mudanças sazonais no próprio planeta Saturno e numa de suas principais luas, Titã.

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Figura 2. Concepção artística da sonda Cassini sobrevoando Titã, uma das grandes luas de Saturno.

Em abril de 2017, após gastar todo o propulsor da nave, como ato final, a NASA colocou a sonda numa espécie de mergulho programado contra a superfície do planeta que durou cinco meses, totalizando uma série de 22 órbitas chamada de “Grand Finale”. Em cada órbita a passagem pelos anéis do planeta deu à missão incomparáveis observações do planeta e seus anéis como nunca se havia conseguido e em seu último mergulho, no dia 15 de setembro, a nave enviará dados científicos das camadas da atmosfera de Saturno até enquanto suportar a pressão e seus propulsores puderem manter a antena da nave aportada para a Terra. Na sequência a nave queimará e se desintegrará como um meteoro, não deixando qualquer marca de sua passagem pelo sistema de Saturno.

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Figura 3. Imagem real de Saturno feita pela sonda Cassini em sua chegada ao planeta em 2004.

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Figura 4. Imagem real de Enceladus, uma das grandes luas de Saturno, feita pela Cassini, onde se vê claramente vapores de água sendo lançados ao espaço a partir da lua a partir de suas atividades hidrotermais.

Lançada em 15 de outubro de 1997 e chegando a Saturno em 30 de junho de 2004, sua missão principal de quatro anos foi cumprida com sucesso, tendo depois sua turnê prorrogada por mais duas vezes. Suas principais descobertas incluem um oceano global com claras indicações de atividade hidrotermal em Enceladus, além de mares de metano líquido em Titã, luas de Saturno.

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Figura 5. Time de técnicos e cientistas da Cassini, na NASA, despedindo-se de uma missão de sucesso de 20 anos.

Cassini passou 13 anos em órbita de Saturno, após uma viagem de sete anos da Terra. Após tanto tempo assim a nave começou a ficar sem combustível, necessário para que sejam feitos os ajustes de curso. Neste tempo, duas grandes luas de Saturno chamaram a atenção dos cientistas da NASA pela alta probabilidade que as mesmas oferecem de abrigar alguma espécie de atividade biológica. Assim, a fim de evitar a improvável possibilidade de a Cassini colidir com uma dessas luas, a NASA optou por descartar com segurança a espaçonave na atmosfera de Saturno. Isto garantirá que a Cassini não possa contaminar qualquer futuro estudo de habitabilidade e vida potencial nessas luas.

Com o fim de mais uma missão de sucesso da NASA, a humanidade dá mais um passo importante na busca do conhecimento de nosso sistema solar e de mundos que possam, de alguma forma, abrigar condições de vida que possam ser melhor explorados no futuro.  Parabéns para essa grande agência de pesquisa espacial que tanto orgulha todo o planeta, independente de nacionalidade.

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