Desde criança que o céu – e seus mistérios – sempre foi um campo de estudo fascinante para mim. Não me canso de observá-lo e me questionar em quais daquelas estrelas outros seres viventes estão também a nos observar.
Preparando-me para ler o próximo livro da minha lista – Os Exilados da Capella – sugestão da amiga Sandra Chagas , resolvi fazer uma pesquisa sobre esse sistema estelar, referenciado na literatura espírita.
Primeiramente queria descobrir se a Capella poderia ser vista a olho nu e, mais importante, a partir de nosso hemisfério sul – e mais ainda, a partir de nossa latitude. E que bom que a resposta é sim! Nossa posição é bastante privilegiada para sua observação.
A foto abaixo eu fiz depois de pesquisar sobre sua localização no nosso céu.
Figura 1 – A estrela Capella – ponto mais brilhante na parte superior central da imagem – no céu de Mossoró-RN, na madrugada do dia 31/01/2016.
Então a Capella – que na verdade é um sistema binário formado por duas estrelas que giram em torno uma da outra a uma distância média de cerca de 115 milhões de quilômetros – mais perto uma da outra do que a Terra e o Sol – é este ponto mais brilhante na metade superior da imagem acima.
E olha só que curiosidade interessante: nosso Sol e a estrela Capela têm a mesma classe espectral! Isto significa que são da mesma cor, o que muito provavelmente a faz liberar o mesmo tipo de energia luminosa e eletromagnética, embora a Capella seja uma gigante com capacidade luminosa entre 100 e 150 vezes mais que nosso Sol, até mesmo devido ao seu tamanho em relação ao nosso Sol. A imagem abaixo poderá dar uma ideia melhor disto.
Figura 2 – Comparação de tamanho do sistema estelar da Capella em relação ao nosso Sol.
Na foto acima se percebe ainda duas outras estrelas menores, avermelhadas, denominadas Capella Ha e Capella Hb. São duas anãs-vermelhas que também fazem parte do sistema estelar, embora estejam distantes das estrelas principais cerca de 12.000 vezes!
Só pra você entender melhor e não ficar voando… Anãs vermelhas são estrelas de muito baixa massa, geralmente inferior a 40% da massa do nosso Sol, com baixa temperatura interior e bastante lenta na geração de energia, o que as fazem emitir pouca luz, com uma luminosidade que em alguns casos apenas atinge 1/10 000 da luminosidade solar. Até mesmo a anã vermelha maior tem somente cerca de 10% da luminosidade do Sol!
O sistema estelar da Capella é alvo de estudo dos cientistas que acreditam existirem outros corpos celestiais a serem descobertos no futuro, quando nossa tecnologia nos permitir.
E quer saber de outra coisa mais interessante ainda? Estudos mais atuais sugerem uma zona habitável em torno de Capella A e B. Ou seja, há fortes indícios da existência de planeta que possa permitir a vida!
Em termos de distância em relação a nós, vamos tomar como base o nosso Sol, distante de nós 8 minutos-luz, ou seja, o tempo que sua luz leva para chegar até nós, o que traduzindo em quilômetros equivale a cerca de 150 milhões. A Capella, então, está distante de nós cerca de incríveis 43 anos-luz (uma viagem na velocidade da luz duraria 43 anos), ou seja, quase 3 milhões de vezes mais distante que o nosso Sol.
Fico imaginando como seres de um planeta desse sistema poderiam chegar até nós… Nossa tecnologia atual só agora nos permite chegar ao nosso vizinho planeta Marte, cerca de 3 minutos-luz!
No nosso céu visível, a Capella está entre as “dez mais”, figurando na sexta posição no ranking das mais brilhantes. É a estrela – ou estrelas – mais brilhante da constelação Auriga, que de nossa posição – durante a madrugada de janeiro – poderá ser vista no quadrante noroeste do céu.
Então agora que já sabe como localizar, vale a pena contemplar nosso céu noturno… Parar um pouquinho pra pensar na possibilidade de não sermos os únicos seres vivos a habitar um mundo entre bilhões e bilhões existentes somente em nossa galáxia ou grupo local. Isto nos faz sentir que somos parte do universo e ao mesmo tempo nos torna mais humildes, mais zelosos pelo nosso planeta e também gratos à suprema inteligência divina que criou tudo que está ao nosso redor e em todo o universo.
O que este universo infinito terá a nos revelar no futuro? Pensemos…
Pesquisa espetacular!
CurtirCurtir
Obrigado pela leitura e comentário, Sandra! (Y)
CurtirCurtir
Muito bacana!
Quer dizer que quando visualizamos capela no céu, a luz teria sido emitida há 43 anos.
CurtirCurtir
Exatamente Fábio. Sempre vemos o passado de Capella em 43 anos.
CurtirCurtir